Fui convidada para participar de uma roda - I Jornada rumo ao Feminino Sagrado organizada pelas escritoras do livro O Feminino e o Sagrado, Bia del Picchia e Cristina Balieiro e algumas convidadas que participaram das histórias do livro.
Primeiro veio a emoção de encontrar estas guerreiras relatadas no livro que com coragem contaram as suas experiencias nos mostrando a intensidade dos processos para permitirmos a expressão da nossa essencia. A peregrinação é dificil, mas somente assim fazemos o Caminho do Herói, mais uma vez e mais uma vez. Porque uma vez com as ferramentas obtidas (com muito esforço) continuamos a subir a cachoeira, a montanha pois sabemos o que está do outro lado - temos fé!
E com esta fé Cassia Simone nos contou um estória/História, no formato de fábula que nos remetia às duas escritoras. O circulo atento e, vagarosamente eu ia sendo remetida ao meu incosciente infantil e ao mesmo tempo às fogueiras onde as sacerdotizas contavam as historias para o seu grupo, limpando assim a mente e trazendo a atenção para a magia existente ali.
A roda era mista. Tinham homens, que tinham conhecimento, admiração e respeito por nós. E que tinham também o feminino inserido neles, com sabedoria e sensibilidade. Uma delicia isso.
Fecho os olhos e descubro depois que outras pessoas sentiram a presença da Corça - o simbolo da gentileza, da compreensão, da comunicação amorosa. E com este convite adentramos a floresta aos sons de tambores comandados pela Monica Jurado - tinha uma moça que cantava mantras indianos em devoção a Avalokitesvara - Kuan Yn...e todas as cores do arco iris vinham descendo junto com os totens a nos saudar em mais uma linda viagem à floresta das sensações, do inconsciente, dos desejos.
30 minutos que foram uma eternidade de beleza e harmonia. É assim quando nos encontramos para fazer o bem? O tempo para afim de observar o que acontece.
Depois desta emoção que nos levou ao silencio tivemos uma aula com a Mãe Solange, mulher sabida do mundo do Candomblé e cheia de alegria e simplicidade para nos ensinar um bocadinho desta mitologia. Mãezona feliz, grande mestra. Nos acordou da meditação anterior com as gargalhadas e como não poderia deixar de ser o ancoramento de todas as energias que foram evocadas.
Mulheres quando se encontram tomam chá, conversam e se lembram de falar do cabelo, do espaço, do preço dos apartamentos, nada fica de fora, tudo é sagrado. TUDO O QUE MOVE É SAGRADO. E fazemos muito bem isso, sem proibições e regras, respeitando sempre o momento e as intuições. E assim voltamos para uma dança circular, conduzida pela Renata...meditação consciente e ativa...olho no olho, mão com mão. Estamos aqui/agora.
Monica Von Koss nos dirigiu para a Mitologia Oriental contando um bocado do seu novo livro que é uma pesquisa profunda do feminino nesta região. Interessante podermos enxergar o mundo na roda. A Africa, o Japão, a India, o Brasil, Europa, tava tudo ali.
Jerusha nos trouxe o Tai Chi com seus movimentos delicados nos trazendo de volta para os musculos, ossos e respiração. Pequenina e Intensa. Grande Mestra...
E fechamos assim a roda com mais um bailado de celebração.
Uma tarde, uma tarde...
UMA VIDA E MUITAS VIDAS!
O que permanece são os olhares, sorrisos, curiosidades, sons. O circulo nos faz iguais, espelhos e é muito bom se ver, sentir.
Os tambores ressoarão por muito tempo por aqui, e meu totem me seguirá. Assim como o Axé, o tonus no abdomen para manter a respiração e o tempo, a pesquisa e o estudo, e o retornar para a tribo.
Ir e ter aonde voltar.
bjs a todas e muita gratidão;
Patty
Maravilha, Patty, obrigada poar compartilhar. Beijo grande.Se te encontrares com Daniel Nankaidá um abraço por mim. Nãs sei se ele lembra de mim e de Newton Bastos da TVE RS, logo que ele chegou em Porto Alegre.Claudette
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