terça-feira, 23 de outubro de 2012

O Conto das Areias

Os ensinamentos sufis podem ser transmitidos em rodas sagradas, onde alguém conta uma história pra começar.
No meu caso foi numa aula da Hatha Yoga. A professora tinha acabado de chegar da Turquia e iniciamos a aula com uma breve meditação. Eu não conhecia ainda a mestra, estou deitada fazendo meu relaxamento, centramento, quando de repente ouço uma voz doce conduzindo a este conto. Para mim foi um ínicio e um reconhecimento do meu SEMPRE CAMINHO! Segue:

O Conto das Areias
Um rio, vindo da sua fonte de montanhas distantes, ia passando por todas as paisagens até alcancar finalmente as areias do deserto. Assim como ele havia ultrapassado todas as outras barreiras de seu caminho, o rio tentou atravessar mais esta, mas ele descobriu que assim que ele corria pelas areias, suas águas desapareciam.
O rio no entanto, estava convencido que o seu destino era cruzar o deserto, mas ainda assim, não havia jeito. Uma voz escondida, vinda do próprio deserto, sussurou: “o Vento pode atravessar o deserto, então o rio também pode”.
O rio se opôs. Ele estava se lançando nas areias e apenas sendo absorvido: o vento podia voar, e era por isso que ele podia cruzar o deserto.
‘Empurrando-se pela maneira como você está acostumado, você não pode atravessar. Ou você desaparecerá ou se tornará um pântano. Você deve permitir que o vento o carregue ao seu destino. ‘
Mas como isso poderia acontecer? ‘Permitindo a você mesmo que seja absorvido pelo vento.’
A idéia nao era aceitável para o rio. Além do mais ele nunca havia sido absorvido antes. Ele não queria perder sua individualidade. E uma vez a perdendo, como alguém poderia saber que ela poderia um dia ser recuperada?
‘O vento’, disse a areia, ‘faz esta função’. Ele pega a água, a carrega pelo deserto e a deixa cair de novo. Caindo como chuva, a água de novo se torna um rio.’
‘Como eu posso saber que isso é verdade?’
‘É verdade, e se você não puder acreditar você não pode ser mais do que um brejo, e mesmo para isso, pode levar muitos, muitos anos; e isso não é certamente o mesmo que ser um rio.’
‘Mas eu nao posso permanecer o mesmo que sou hoje?’
‘Você não pode permancer o mesmo em nenhuma das situações’, o sussurro falou. ‘ A sua parte essencial é carregada e forma um rio de novo. Você é chamado pelo que é, até hoje, porque você não sabe qual parte de você é a essencial.’
Quando ele ouviu isso, alguns ecos começaram a aparecer nos pensamentos do rio. De uma maneira turva, ele se lembrou de um estado em que ele ,– ou foi uma parte dele? – era seguro pelos braços do vento. Ele também se lembrou – se lembrou? – que isso era a coisa real , não necessariamente a coisa óbvia, a ser feita.
E o rio elevou seu vapor nos receptivos braços do vento, que gentil e facilmente o sustentou, para cima e para frente, deixando-o cair delicadamente assim que eles alcançaram o topo da montanha, muitas, muitas milhas além. E porque ele tinha tido tantas dúvidas, o rio era capaz de lembrar e gravar mais fortemente em sua mente os detalhes da experiência. Ele refletiu. ‘Sim, agora eu aprendi minha verdadeira identidade’.
O rio estava aprendendo. Mas as areias disseram: “Nós sabemos porque nós vemos isto acontecer dia após dia.: e porque, nós, as areias, nos estendemos desde a lateral dos rios até a montanha.”
E é por isso que é dito que o caminho no qual o Rio da Vida tem que continuar a sua jornada está escrito nas Areias.
o original em inglês pode ser lido aqui: http://www.bluewindproductions.com/sandstext.htm

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